18.8.14

Eu vi você voltar

Depois de longa espera, você chegou.
Você chegou e eu não sei o que fazer.

Vou me explorando por partes, como num quebra-cabeça - pois dentro de mim tudo é confusão, medo e ansiedade.

Os dedos vacilam, me tremo toda e não consigo falar - fico muda quando quero gritar.
Eu pensei em fugir, continuar a me apaixonar e levar foras por Buenos Aires, mas voltei pra essa cidade de merda.

Voltei porque no fundo queria te ver voltar.

Sempre em mim haverá o medo da rejeição. Eu sou o lar do abandono.
Acho que aprendi isso com alguém, ou alguém me deu esse presente, e desde então eu o guardei.


Eu vi você voltar.
E depois? O que vai ser de mim?

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Sem data - São Paulo, Brasil

21.4.14

Little by little

É quando eu escrevo, nesse processo de tortura intelectual e sentimental,
que encontro uma essência fraca que restou em mim.

Little by little, me torno aquilo que repudiei.

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Sem data - São Paulo, Brasil



Dias de Luta

Apenas mulher e enlouquecida, com o coração explodindo na cabeça?
Ou são sinais do Grande Universo?

Passam os dias, e eu já não sei mais diferenciar estado de mente e espírito em mim.
Tudo já é muito confuso, e os dias tem me tirado o conforto da Negação.

É um misto de certezas; uma confusão com a Intuição.
A incerteza da arrogância e o medo do inexplicável.

Há dias tento buscar e desvendar os mistérios que me rondam do Presente.
Não sei quem descobriu isso, mas pediria que fizesse o favor de dizer de forma prática como é se possível,
viver o Sagrado Agora e domar a Ansiedade, Senhora do Amanhã.

Me sinto arrogantemente cada vez mais próxima da resposta, e
arrisco até uns conselhos à uma amiga triste.
Mas de que adianta a palavra e a mente, quando o coração está pesado?

14.1.14

Perseveraça e devaneios

É muito mais nobre assumir a Inveja, do que escondê-la.

Sexta-feira, relutante a sair mais uma vez, pois o Grande Incômodo da Dieta me incomodava, decidi "conhecer gente nova".
Certa vez, um Amor Platônico (beijos, Thiago) disse em público, grande retórica online, que a maior mentira a si mesmo era a mentira da Novidade - novas experiências, novos amores, novas pessoas. Sempre estive na corda bamba da dúvida se era depressivo ou verdade das grandes.
No fundo sempre soube que era uma verdade na qual eu acreditava também.

Quantas vezes a gente passa pela vida, caindo e afundando na merda, buscando o Novo?
Quantas vezes, na merda, a gente passou por cima do cansaço e da desesperança?
Porque se tem algo que existe no mais ignorante dos homens, é a perseverança.
Essa filha da puta usa a capa da esperança, nos fazendo repetir ciclos, viciosos, em busca do Grande Conserto.
Somos todos reféns da perseverança - que em todos os caminhos, suas facetas são burras.











Li Kafka

Terça-feira, me encontrei com um amigo.

Pensei na vida (mais uma vez) só que dessa vez fui forçada,
pois eu já pensei tanto na vida, que já perdeu a graça.

Cheguei em casa, mezzo-bêbada: bebi mais - uma branquinha de Paraty.
Tudo isso enquanto minha mãe arrumava sua mala para viajar,
e ironicamente, reclamava do quanto eu bebia.

Ai! se ela soubesse que a origem da vida é o álcool, e o álcool é Sentido da Vida.

Ironia pura: depois da Morte, vem a Vida.

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Sem data - São Paulo, Brasil